de Ana Valéria Sande

 

 

“Foge, outrossim, das paixões da mocidade. Segue a justiça, a fé, o amor e a paz com os que, de coração puro, invocam o Senhor.”
2 Tim 2:22

Estive conversando com um colega de trabalho, que vou chamar de Pedro.

Pedro é divorciado e estava namorando uma garota, por quem estava perdidamente apaixonado, mas ela resolveu tentar a vida em outro país, deixando meu colega “na fossa”

No momento Pedro está namorando uma outra pessoa, completamente diferente da anterior. O nome dela é Sabrina.

Sabrina não é tão nova, bonita e jovem como a primeira namorada de Pedro.

Eu perguntei: – “E aí Pedro, como vai o namoro com Sabrina?”

“-hummm…vai indo….ela é uma ótima pessoa, responsável, trabalhadora, atenciosa, temos os mesmos gostos, nos divertimos muito…mas falta alguma coisa….então, tô dando um tempo… até achar esta ‘outra coisa’ em outra pessoa.”

O que será esta ‘outra coisa’ a que Pedro se refere?

O que será que faz com que Pedro procure em “outra” o que supostamente não está achando em Sabrina, apesar desta ser, aos nossos olhos, a pessoa perfeita para Pedro ?

Pedro está procurando alguém por quem, como ele mesmo me disse, se apaixone completamente.

A paixão é definida, segundo Houaiss, como “sentimento, gosto ou amor intensos a ponto de ofuscar a razão. Inclinação emocional violenta, capaz de dominar completamente a conduta humana e afastá-la da desejável capacidade de autonomia e escolha racional”.Que tal é ‘estar apaixonado’, segundo a definição acima?

Pedro não é um homem cristão.

Mas…infelizmente muitos homens cristãos agem exatamente assim como Pedro. Eles estão à procura da “paixão”, daquele sentimento que toma o corpo, que faz as mãos suarem, o estômago “embrulhar”, enfim, que tira o fôlego da vítima.

A paixão é tão intensa quanto passageira.

A paixão, quando surge, derruba muitas árvores do “bem”, que foram plantadas ao longo de nossas vidas…por isso ela é devastadora.

Quando estamos apaixonados, na maioria das vezes, perdemos nosso bom senso, pois absolutamente “tudo” é lindo, permitido e maravilhoso.

A paixão não vem acompanhada de uma bula, com suas contra-indicações. Ela só mostra os efeitos colaterais, que são todos anestesiantes.

Há um ditado popular que diz: “a paixão é cega”. A paixão realmente cega o indivíduo, por um determinado período, mas também passa, ou seja, quando volta-se a “enxergar”…tudo está desordenado, sendo que, às vezes o estrago foi tão grande, que não tem mais jeito…

Ninguém vive apaixonado eternamente por outro. Quando a paixão passa, leva com ela tudo o que era agradável e perfeito, transformando-os no contrário…tudo fica tão real… e tudo o que é real não pode ser perfeito, por isso o pano cai e, de repente, acorda-se do sonho para viver o pesadelo.

Irmãos, ao procurar nossa “outra metade”, sejamos sábios, conservando nossa sobriedade. Enxerguemos no outro o quanto esta pessoa ama a Deus e se vive segundo os Seus mandamentos. Não somente isso, mas também, quais os valores reais que esta possui, ou seja, aquilo que é invisível aos olhos humanos, mas que é essencial, e que vai manter a relação até a morte, conforme o que manda nosso Pai eterno. 

“Agora que vocês purificaram a sua vida pela obediência à verdade, visando ao amor fraternal e sincero, amem sinceramente uns aos outros e de todo o coração.” 1 Pedro 1:22 (NVI)

 

 

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